quarta-feira, 1 de maio de 2013

A Importância do Perdão



 
“Quem não pede perdão não é nunca perdoado”. Esta frase é da música Insensatez de João Gilberto. E fala de algo que para alguns é a pura realidade, fala de Pessoas as quais precisam que se peça perdão, para só assim darem seu perdão. Para estas pessoas o perdão é mais difícil e não tem a dimensão exata do que este gesto pode proporcionar até mesmo para elas próprias.
Vamos aqui tratar primeiramente das pessoas que precisam de perdão, do que gera esta necessidade de pedi-lo e consegui-lo: é o nosso estado de consciência. Se há a necessidade do perdão é porque nossa consciência nos acusa do erro cometido e nosso ‘coração’ nos desperta ao arrependimento. E não há perdão sem o arrependimento. Pode-se, claro, pedir perdão da ‘boca pra fora’, por conveniência ou circunstância, mas quem assim o faz sempre saberá que não houve um perdão efetivo, ou seja, um perdão que realmente alivie a alma. Porque em algum momento ao longo de nossas vidas, nos depararemos com o nosso passado e tudo o que dele fizemos e o que não resolvemos de forma definitiva. E lá poderá estar a culpa, a vergonha, o remorso. Quando não trabalhamos e curamos essas áreas de nossa vida,quando não resolvemos alguma questão, quando simplesmente abrimos uma gaveta e depositamos algo que não podemos ou não queremos conviver ou resolver num determinado momento, Esse algo ainda estará lá, mesmo após 30 anos... Mesmo que nosso remorso esboce em nós o desejo de não ter feito mal algum, cometido erro nenhum não podemos revogar uma ação, porque ela certamente teve conseqüências, mesmo que mais profundamente, em nós. Muitas vezes nosso orgulho nos impede de ir ao encontro de nós mesmos e aceitar que precisamos reconhecer nossos erros e pedir perdão para seguir adiante. A necessidade de ser perdoado é latente no ser humano.
È muito importante que cada um há seu tempo descubra que sua capacidade de errar, de cair, não os impede de acertar e levantar sempre. Os recomeços são sempre muito difíceis, mas é absolutamente imperativo que se perceba e acredite que tudo na vida é um ciclo e que por isso mesmo, podemos estar sempre recomeçando, aprendendo, nos aperfeiçoando e assim, haverá cada vez uma maior e melhor continuidade do nosso caminhar. Vamos avançar conscientes que nossa humanidade e suas fragilidades nos fazem errar sim, mas que nos proporcionam o aprendizado necessário para aprendermos a conviver com nosso próximo, seja ele quem for, em bases de respeito e fraternidade.
Ao pedido de perdão prescinde perdoar. E quando não perdoamos, não conseguimos ou mesmo, não queremos perdoar?Pode não parecer, você pode até não perceber em princípio, mas essa recusa vai ganhar cada vez mais espaço em sua vida, pensamentos e até em ações. Conceder o perdão é algo favorável a nós mesmos, a nossa condição humana. O homem não vive só e por isso mesmo, em sociedade aprende que todos somos passíveis de errar. Pode acontecer com qualquer um de nós. E ao entendermos isso temos que deixar fluir os sentimentos que nos colocam em sintonia positiva com nossos semelhantes. Isso fará um bem enorme a nossa evolução intelectual, material e principalmente a espiritual.
O homem é um universo muito pouco explorado e por isso mesmo, pouco conhecido. Nossos desejos, necessidades e sentimentos são algo para além das dimensões conhecidas e estudas. Nosso potencial é sem fronteiras e a isso só, já podemos desculpar e justificar nosso perdão a todos seja pelo que for. Até mesmo na patologia das ações bárbaras e doentias. Não estou falando aqui em conseguir conviver com inimigos, seja na ordem social ou nas questões particulares. Não, nada disso. Mas perdoar de coração, extirpar de nós suas ações, libertar-nos da primitividade que habita os sentimentos sociais, culturais e individuais. Entendermos por fim, que perdoar é um gesto libertador e, mas que a alguém, seja por que motivo for, liberta a nós mesmos,para estarmos livres em nossa jornada aqui na terra. Quem decide ofertar seu perdão se eleva na vastidão imensurável da evolução humana par além da vida.

Maura Nelle
 
" Julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado "
Guimarães  Rosa



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Maura Nelle