“Mens
sana in corpore sano” (mente sã num corpo são) é uma famosa citação latina,
derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. No contexto, a frase é parte da
resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida
“Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são. Peça uma alma
corajosa que careça do temor da morte, que ponha a longevidade em último
lugar entre as bênçãos da natureza, que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais nos labores selvagens de Hércules
do que nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio; Certamente, o único caminho de
uma vida tranquila passa pela virtude”.
A conotação satírica da frase, no sentido de que
seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais
recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor
foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que
tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o
tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma
afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente
sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável
no modo de vida de uma pessoa.
A Psicologia preconiza que “todo ato psíquico tem
reflexo físico”. Isso quer dizer que o nosso corpo reage de acordo com os
nossos pensamentos. Desse ponto de vista, pessoas positivistas, otimistas,
sempre focadas em bons pensamentos, que vivem de bem com a vida, terão mais
saúde do que os negativistas, pessimistas, que sempre pensam no pior, estão
sempre predispostos à prática do mal, vivendo de mal com a vida, terão a
saúde comprometida.
Os sete pecados capitais apontados na Bíblia
Sagrada (Orgulho; Inveja; Ira; Preguiça; Avareza; Gula; Luxúria) São
pensamentos que levam a comportamentos danosos à saúde do ser humano. Por
esta razão que todas as doutrinas religiosas, todos os estudos científicos,
remetem sempre as pessoas a busca da harmonia entre o corpo e a mente, e esta
harmonia é o que se chama de “paz de espírito”.
Comer faz mal à saúde?
Mais uma vez nos remetemos à Bíblia Sagrada,
precisamente ao pecado da Gula, que é o desejo insaciável, além do
necessário, em geral por comida, bebida. Esse pecado também está relacionado
ao egoísmo humano: querer ter sempre mais e mais, não se contentando com o
que já tem. É uma forma de cobiça. Ela seria controlada pelo uso da virtude
da temperança.
A Religião alerta e a ciência afirma que nós
somos o que comemos. Ou melhor, a nossa saúde, ou falta dela, é determinada
pelo que comemos. Os “letrados” dizem que “todo exagero é pernicioso”, e o
povo na sua simplicidade afirma que “tudo demais é sobra”. Deduzimos então
que, mesmo um alimento sendo de boa qualidade, se o consumimos
exageradamente, nosso corpos sofrerá consequência, sendo a obesidade a mais
comum delas.
O nosso organismo é sábio e está sempre emitindo
alertas quando ultrapassamos limites. Há pessoas sensíveis e sensatas que
identificam de imediato estes alertas e cuidam de conter os excessos. Mas há
outras que necessitam de orientação familiar ou, na falta dela, orientação
médica, para saber o que, quando e em que quantidades ingerir determinados
tipos de comidas ou bebidas. Não por acaso, os atletas são sempre
acompanhados por nutricionistas.
Respondendo então à questão do título desta
matérias, nossa saúde depende sim do que pensamos e do que comemos, e o nosso
corpo externa os resultados.
Texto publicado na edição especial Dia do Médico,
encartada no jornal Tribuna Feirense.
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quarta-feira, 5 de junho de 2013
Nossa saúde depende do que comemos ou do que pensamos?
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Maura Nelle