Depois de deixar a cerimônia, no Palácio
da cidade, o Papa Francisco seguiu suas atividades dirigindo-se para a
Comunidade de Varginha , no Complexo de Manguinhos, na zona norte do Rio
de Janeiro. Durante o trajeto de papamóvel, o Pontífice quebrou os
protocolos, abraçou e abençoou as pessoas que o seguiram pelas ruas do
Rio de Janeiro.
Um dia festivo para a Comunidade de Varginha em Manguinhos
Muitos moradores da comunidade e amigos
destas pessoas chegaram pela madrugada para se posicionar em bom local e
ter a oportunidade de ver o Pontífice. Ao chegar na comunidade, o Papa
foi acolhido pelo pároco da comunidade, padre Márcio Queiroz; depois,
visitou a pequena Igreja de São Jerônimo Emiliani.
Emocionante o encontro do Papa Francisco
com a comunidade de Varginha, em Manguinhos, no Rio de Janeiro. O
Pontífice chegou por volta de 11h e foi recebido calorosamente pelos
fiéis.Alguns choravam, outros sorriam, tantos
outros pediam a bênção de Francisco para suas vidas. Aguardando pelo
Pontífice há mais de quatro horas e debaixo de chuva, Estela Moura, de
Santo André, conseguiu tocar no Papa e ser por ele abençoada quando ele
entrou na Igreja de São Jerônimo Emiliani.
“Não tem explicação; de ter pegado na
mão dele não tem explicação. O que eu estou sentindo agora é a melhor
coisa da minha vida como católica”, disse em prantos.
Após abençoar o altar da Igreja,
Francisco dirigiu-se a um campo de futebol, na comunidade, para saudar e
abençoar os fiéis. Maria Lídia Santos Teixeira estava lá e achou
emocionante essa experiência de ter o Pontífice tão perto. “Foi muito
bom, ele é uma pessoa muito de Deus mesmo. Na minha vida e na vida das
pessoas, eu acho que vai trazer muita paz”.
Após acompanhar atentamente o discurso
do Papa à comunidade, Severino Ramos da Silva foi tomado por um
sentimento de esperança. Morador da comunidade há cerca de 12 anos, ele
confia em mais paz e esperança daqui pra frente.
“Pra mim, ele trouxe muita paz,
esperança, tudo o que um dia a comunidade precisou. Daqui pra frente,
acredito que nós vamos ter uma vida melhor, uma atenção maior do poder
público que tinha se esquecido desta comunidade”.
Recebendo o Papa em casa
Ao longo do curto trajeto entre a Igreja
de São Jerônimo Emiliani até o campo de futebol, Francisco caminhou
cumprimentando os fiéis. No meio do caminho, ele entrou em uma das casas
e teve um momento particular com a família.
Tratava-se da família de Dona Maria
Lúcia dos Santos Penha, que ficou muito emocionada com o encontro. “Eu
me sinto realizada. Um momento como esse é único. Foi uma coisa muito
bacana, tranquila. Eu acharia que eu nem teria palavras para falar com o
Papa Francisco”.
Ela relatou que eles ficaram na varanda,
ela, o marido, a filha, a neta e o Papa; eles encararam tudo com
naturalidade. “Ele me passa ser uma pessoa muito tranquila, muito
humilde. (…) Se ele veio até aqui foi a mando de Deus. O Espírito Santo
de Deus tocou nele e mandou ele vir aqui. Foi uma bênção, o maior
presente da minha vida”.
Além do acolhimento do sacerdote, a
recepção dos moradores foi bem fervorosa e animada. O Pontífice não
deixou de abraçar as crianças que o aguardavam nem de retribuir com
carinho e um imenso sorriso a todos.
Papa Francisco se encontrou com o um
grupo de crianças que os aguardavam no pátio externo da Igreja; uma
delas, entregou a ele uma faixa do São Lourenço, time de futebol do
Santo Padre. Muitas outras pessoas também o abraçaram, tiravam fotos e
receberam a sua bênção.
No trajeto até a casa de uma das sete
famílias pré-selecionadas do conjunto de favelas de Manguinhos, que
receberia a visita do Santo Padre, as pessoas o chamavam e estendiam a
mão para receber a bênção do Pontífice. O encontro com a família foi um
momento reservado entre os moradores e o Santo Padre.
A receptividade de Francisco, ao longo
de todo o percurso até o campo de futebol, onde o campeão do mundo
Jairzinho treina jovens e crianças da comunidade, foi muito grande. O
palco onde o Papa fez o discurso oficial foi montado na laje onde as
crianças da comunidade sobem para soltar pipa.
Ao chegar no campo de futebol, uma
multidão o aguardava. Ao subir no palco, foi aplaudido e aclamado pelos
moradores locais. Um jovem, morador de Manguinhos, foi convidado para
dizer breve palavras ao Pontífice e o chamou de ‘Pai Francisco’.
Enquanto ele discursava, o Papa o ouvia, atentamente, num semblante de
atenção e acolhimento.
O jovem falou, em seu discurso, um pouco
sobre a realidade dos moradores do Complexo de favelas de Varginha e
agradeceu a oportunidade de o Santo Padre ter escolhido a comunidade
para visitar.
O Santo Padre iniciou seu discurso
dizendo que, ao começar a planejar como seria sua visita ao Brasil, por
conta da JMJ, mostrou um grande desejo de ter a oportunidade de visitar
uma comunidade da cidade do Rio de Janeiro. Queria bater em cada porta, dizer “bom
dia”, pedir um copo de água fresca, beber um “cafezinho”, falar como a
amigos de casa, ouvir o coração de cada um – dos pais, dos filhos, dos
avós… Mas o Brasil é tão grande! Não é possível bater em todas as
portas! Então, escolhi vir aqui, visitar a comunidade de vocês que,
hoje, representa todos os bairros do Brasil”, disse Papa Francisco.
Ainda em seu discurso, o Papa deixou um
recado para as autoridades públicas do Brasil, de uma maneira gentil, e
reforçou que nenhum esforço de ‘pacificação’ será duradouro se não
houver harmonia e felicidade para um sociedade que exclui os mais
necessitados.
“Uma sociedade assim simplesmente
empobrece a si mesma; antes, perde algo de essencial para si mesma.
Lembremo-nos sempre: somente quando se é capaz de compartilhar é que se
enriquece de verdade; tudo aquilo que se compartilha se multiplica! A
cultura da solidariedade vê no outro não um concorrente, mas sim um
irmão”, disse o Papa.
Ao falar especificamente com os jovens o
Santo Padre foi aplaudido e aclamado pelos jovens. Suas palavras foram
de motivação, pois ele acredita que os jovens possuem uma sensibilidade
frente às injustiças sociais, mas acabam desiludidos porque as coisas
parecem que não ter solução.
“Também para vocês e para todas as
pessoas repito: nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que
se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar.
Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem
ao mal, mas a vencê-lo. A Igreja está ao lado de vocês, trazendo-lhes o
bem precioso da fé, de Jesus Cristo”, afirmou o Pontífice.
Sua visita na Comunidade de Varginha foi
encerrada com grande aplausos e agitação das pessoas que acompanhavam
as palavras do Santo Padre.
Papa Francisco se encontra com jovens argentinos na Catedral do Rio de Janeiro
Papa Francisco é acolhido oficialmente pelos jovens da JMJ em Copacabana
Hotéis, localizados ao longo do percurso do papamóvel, decoram a fachada com cruz iluminada
O Papa parabenizou os jovens por suportarem com fé o frio e a chuva durante esses dias
O Sumo Pontífice participou na tarde
desta quinta-feira, 25, da Festa da Acolhida onde se encontrou pela
primeira vez com os jovens da Jornada Mundial da Juventude Rio2013.
Francisco chegou de helicóptero em
Copacabana por volta das 17h10, foi recebido pelo arcebispo do Rio de
Janeiro, Dom Orani João Tempesta, que seguiu junto ao Santo Padre no
papamóvel, rumo a Copacabana. O Pontífice circulou pela orla da praia
saudando os jovens e sendo acolhido, calorosamente, por eles.
Durante o percurso, o Pontífice tomou um chimarrão oferecido por um dos peregrinos.
Já no palco central de Copacabana,
Francisco foi acolhido com a música “Seja bem-vindo”, interpretada pelo
padre Fábio de Mello. Em seguida, Dom Orani João Tempesta saudou o Santo
Padre, agradecendo-lhe a visita ao Rio e dando-lhe as boas-vindas.
Posteriormente, Francisco assistiu a um
espetáculo de música e dança, promovido por cerca de 250 jovens.
Bandeiras dos diversos país foram levadas ao palco.
Em suas palavras aos peregrinos,
Francisco ressaltou o testemunho de fé que os jovens estão dando durante
estes dias. “Ouvi dizer que os cariocas não gostam muito do frio e da
chuva. Mas, vocês estão demonstrando que a fé de vocês é mais forte que o
frio e a chuva. Parabéns!”, disse espontaneamente o Papa.
Francisco recordou a primeira JMJ a nível internacional que aconteceu também na América Latina, na Argentina, em 1987.
Em seguida, o Pontífice pediu um minuto
de silêncio em memória à jovem Sophie Morinière que faleceu num
acidente, na Guina Francesa. Sophie, juntos com outros jovens, viajavam
rumo ao Rio de janeiro para participar da JMJ 2013.
Seguindo, o Santo Padre recordou o Papa
emérito Bento XVI que convocou esta Jornada no Brasil. Segundo o
Francisco, Bento XVI disse que acompanharia a JMJ pela televisão.
“Vocês, jovens, responderam numerosos ao convite do Papa Bento XVI, que
lhes convocou para celebrá-la. Agradecemos-lhe de todo coração! O meu
olhar se estende por esta grande multidão: vocês são muitíssimos! Vocês
vêm de todos os continentes!”, acrescentou.
Para o Papa Francisco, o Rio de Janeiro
tornou-se o centro da Igreja, seu coração vivo e jovem. “O ‘trem’ desta
Jornada Mundial da Juventude, veio de longe e atravessou toda a Nação
brasileira seguindo as etapas do projeto ‘Bote Fé’. Hoje chegou ao Rio
de Janeiro. Do Corcovado, o Cristo Redentor nos abraça e abençoa.”
O Pontífice também se referiu àqueles
que acompanham a Jornada pelos meios de comunicação. A todos, o Papa
disse: “sintamo-nos unidos uns com os outros, na alegria, na amizade, na
fé. E tenham a certeza: o meu coração de Pastor abraça a todos com
afeto universal. O Cristo Redentor, do alto da montanha do Corcovado,
lhes acolhe na Cidade Maravilhosa. Bem-vindos a esta grande festa da
fé!”
Por fim, o Santo Padre saudou o
presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Cardeal Estanislau
Ryłko. Agradeceu ao Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta
pela cordialidade na recepção e pelo “grande trabalho realizado para
preparar a JMJ, junto com as diversas dioceses desse imenso Brasil”.
Encerrando, o Papa concluiu dizendo:
“Irmãos e amigos, bem-vindos à vigésima oitava Jornada Mundial da
Juventude, nesta cidade maravilhosa de São Sebastião do Rio de Janeiro!”.
Fonte: http://www.cancaonova.com/