Olhando para o passado, podemos
perceber que muito daquilo que foi ruim, foi ponte para que coisas boas e
importantes acontecessem mais adiante, ou mesmo estejam acontecendo hoje, agora.
E isso nos faz refletir sobre o quão pouco sabemos sobre o todo que nos cerca,
sobre os porquês da vida. Nossos pré-julgamentos quase sempre movidos pelo que
os olhos veem, não conseguem distinguir claramente os sentidos, porque os olhos
só veem o que lhes está adiante. E o todo é muito maior. Em nome disso o futuro
se conecta ao passado por um fio invisível que muda nossas expectativas e planos.
E só percebemos isso quando acontece algum fato bom e positivo que não teria
acontecido sem que antes houvéssemos sofrido.
Estar atento à mão carinhosa e
invisível que nos endireita o caminho é entrar em sintonia com o inescrutável
de nossos entendimentos humanos. É o acreditar sem ver, o escutar sem ouvir. É
deixar-nos conduzir por uma voz interior que sabe a verdade de nós mesmos,
antes que nós a posamos perceber ou entender. Para muitos isto é a fé, para outros
o destino. Entre um e outro, está o nosso querer, nosso direito de escolha, ou
como alguns preferem: o livre arbítrio. Nossas decisões, certas ou erradas
perpassam por situações que nos envolveram até então, são elas que nos influenciam
sobremaneira por quais caminhos seguir adiante.
Nessa teia do destino, costumamos
nos agarrar aos fios mais seguros, ao menos assim vistos por nós. Porém nem
sempre a vida se descortina por caminhos seguros ou pré definidos e de um
momento para o outro, eis os enganos cometidos nós; levando a lugares
desconhecidos; nos obrigando a aprender através dos erros, perder para ganhar,
retroceder para avançar. E assim, vamos superando dificuldades e ganhando
experiências para os dias futuros. Assim, as conexões entre o passado e o
futuro vão surgindo e aos poucos aprendemos o valor da vida e da liberdade de
nossas escolhas.
Como a todo homem cabe o destino da morte, é
quase sempre através de sua proximidade que se move em nós grandes mudanças. Chegamos
ao final da vida, cientes que o orgulho nada vale, que o medo de errar não
impede que erremos e que nada pelo que lutamos e obtivemos, irá conosco para além
da vida que conhecemos. Neste ponto de nossas vidas estamos nus, não há mais medos.
Estaremos, muitos de nós prontos para viver neste mundo, mas então chega o momento de nascemos para outra
vida onde continuaremos a aprender. Seguir para caminhos desconhecidos que nos
elevarão cada vez mais à perfeição dos sentimentos, das ações. Ampliando nossa
visão ao infinito, rumo Àquela Mão carinhosa e invisível que sempre está
presente.
Por isso estar atentos as lições
da vida, aos elos que nos aproximam do passado e nos antecipam o futuro
favorecendo nosso presente, é o melhor caminho para seguir adiante com a coragem
de seguir o próprio coração, sua voz interior, valorizando sua liberdade de escolha.
Fazendo valer em sua vida o que acredita, sendo coerente no pensar, falar,
calar e na concretização de suas atitudes. Você é muito mais do que ousa
permitir acreditar, faça jus a sua grandeza, deixe-se moldar nas mãos do
Oleiro.
Maura Nelle
"Tudo o que muda a vida vem quieto no escuro, sem preparos de avisar"
Guimarães Rosa
Maura Nelle
"Tudo o que muda a vida vem quieto no escuro, sem preparos de avisar"
Guimarães Rosa
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Paz e Bem!
Maura Nelle