segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Ao Coração Que Sofre


Ao coração que sofre, separado Do teu,
 no exílio em que a chorar me vejo,
 Não basta o afeto simples e sagrado
 Com que das desventuras me protejo.


Não me basta saber que sou amado,
 Nem só desejo o teu amor:
 desejo Ter nos braços teu corpo delicado,
 Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
 Não me envergonham: pois maior baixeza
 Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
 Ser de homem sempre e, na maior pureza,
 Ficar na terra e humanamente amar.

Olavo Bilac

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Maura Nelle