Há tipos diferentes de pessoas
difíceis e por isso mesmo nosso convívio com elas precisa contemplar os
aspectos pessoais de cada uma. Somos todos diferentes, com graus diferentes de
frustrações, medos, sonhos e perspectivas em cada área de nossas vidas, como a
sentimental, profissional e familiar. Enfim em todos os aspectos diferimos em
muito um do outro, tal como nossas impressões digitais. Portanto o primeiro
passo para aprendermos a conviver com pessoas difíceis, é entender como ela é e
em que mais nos atingem para nos ‘curarmos ‘ dela e então passarmos a nos
prevenir nas questões em que estas pessoas, em seus aspectos mais nocivos e
negativos, podem nos afetar.
Os possíveis danos e problemas
têm que ser revistos, partindo de uma estratégia de ‘cá pra lá’, que seja de
mim mesmo até esta pessoa. Em fazer com que eu perceba de que modo este
convívio me afeta mais. A partir disso, terei condições de neutralizar
todos os efeitos negativos que esta pessoa provoca em mim e em minha vida.
Essas pessoas tidas como difíceis, são na verdade pessoas que frágeis e
sensíveis acabam por levantar um muro de proteção em seu redor, onde o ataque é
a melhor defesa. Mas na grande maioria dos casos, elas não notam ou percebem que
fazem isso por estarem com sua autoestima parcial ou totalmente destruída.
Essas pessoas são inseguras diante da vida e suas problematizações. Geram para
si e para outras, expectativas muito negativas, mas sob uma camada de aparente
força em que acabam por fazer pensar sobre si, algo que não são.
Por isso a estratégia para lidar
com cada tipo de pessoa, vai denotar uma compreensão geral da situação e outra
bem particular baseada no conhecimento sobre a pessoa em questão. Mas, há ações
que podem representar um grande benefício para o bom convívio e relacionamento
com cada uma, que às vezes querida estimada e até amada, faz com que nos
sintamos totalmente impotentes diante de circunstâncias que nos levam a um
esvaziamento de forças para continuar investindo em tal relacionamento seja no
âmbito da amizade, do relacionamento profissional ou amoroso e familiar.
A melhor estratégia, para os
casos em que não conhecemos tão bem a pessoa difícil com a qual temos que
lidar, deve basear-se principalmente no conhecimento de nós mesmos. Para tanto,
diante de quaisquer circunstâncias em que nos sentirmos vitimados por
julgamentos em que nos sentimos injustiçados, procure acima de tudo
trabalhar a sua autoestima. Criando assim, como um campo de força contra as
investidas desagradáveis ou negativas desta pessoa difícil. Não é de modo
algum tentando mudar a pessoa que se dará a satisfação plena em tal
relacionamento ou convívio. Ela é o que ela é e você não é seu terapeuta. O
que de melhor pode fazer, é cuidar de você mesmo nessa questão e aceita-la
como pessoa passível de erros, mas também com um olhar humano dentro do
entendimento de que todos têm fragilidades e cometem enganos, mas que podem
amar e acertar.
Desse modo reavalie os anseios,
e expectativas que tem sobre este conviver, o que este relacionamento lhe trás
de melhor e de pior, e pese a diferença, direcionando suas energias para
você mesmo, em sua autoestima.Passando a adotar uma tática que não haverá a consequente contestação dos argumentos despejados sobre si, evitando o desgaste
emocional de ambas as partes. Antes, observe que a opção positiva de como
encarar a situação, acabará por minar as barreiras que esta pessoa tem em
relação a você. A confiança que você projetar diante da questão vai
proporcionar outro olhar e atuação dessa pessoa.Não se deixe atingir por
situações em que as pessoas difíceis de convívio acabam por nos envolver, vire
o jogo a seu favor deixando perceber que é você quem está à frente dessa
situação. E então verá que só fazem com você aquilo que você permite que o
façam, e só o atinge, o que você permite que assim o seja. Sua postura
será o espelho de seu equilíbrio interior.
Maura Nelle
Maura Nelle
" O mais importante e
bonito é isso : que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram
terminadas.Mas que elas vão sempre mudando, afinam e desafinam."
Guimarães Rosa